quarta-feira, 21 de junho de 2017

RENOVAÇÃO


No vão de tuas coxas quentes

Minha boca, língua, dentes

Procuram a fonte do prazer...

A barba arranha levemente

Teus desejos indecentes

No anseio de te satisfazer...

 

Escapam entre meus dedos

Teus gemidos, teus medos

De se entregar por completo...

Sussurras inaudíveis versos

Em nosso vai-e-vem imersos

Refletindo no espelho do teto...

 

Teu ventre sedento de amor

Se retorce em espasmo indolor

Cavalgando em doce deleite...

Seios cheirosos tal qual uma flor

Rosto esperando em leve rubor

Que, entregue, cansado se deite...

 

E assim passaram-se os dias

Entre o frio daquela invernia

A vibrar por simples viver...

Renovou tudo quanto havia

E por medida não se avalia

O tamanho desse querer.

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