segunda-feira, 10 de agosto de 2009

ENSAIO SOBRE A LOUCURA

Meus filhos desconfiam dessa
minha sobriedade. Todos, aliás.
Estas sombras que me perseguem,
apenas elas creem em mim...
Os caminhos estão tão tortos,
Os olhares cada vez mais turvos,
Meu semblante se assusta
e assusta os que me rodeiam...
Como ajudar-me se nem sei quem sou?
Nasci menino com brilho no olhar,
cresci bom moço de pouca tutela,
vivi acreditando na honra e justiça...
Agora me deparo com isso:
-Meus princípios arcaicos.
Estou fora de moda, vestido
com roupas ultrapassadas,
Mendigando ética em meio de
corruptos, falando de amor no
meio de tecnocratas espúrios.
E essas sombras que me perseguem...
Sombras da criança pura, do
jovem responsável, do adulto maluco!

Um comentário:

  1. Parabéns pelo texto...
    Viajamos pelas loucuras da vida e,
    incessantemente,
    agimos como insanos. Sem nexo e com complexos!
    A saída é acreditarmos que
    a loucura dá um pouco de sanidade - e vice-versa.

    Gostei do texto...
    alucinante.

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